A temática da inclusão digital no Brasil tem
sido objeto de constantes reflexões, sobretudo na área educacional. Percebemos
atualmente o poder da informação em grandes redes de computadores, além da
influência inegável dos recursos tecnológicos digitais. Cumpre-nos, em primeiro
lugar conceituar a inclusão digital. Para tanto, utilizaremos a concisa
reflexão de Montanaro (2014) que afirma:
“Inclusão Digital é o ato de dar acesso à tecnologias de informação e comunicação a toda a população, oferecendo também todas as condições necessárias para que elas utilizem computadores e todo e qualquer dispositivo digital afim de buscar melhorias em suas condições de vida e de toda a sua comunidade.” (MONTANARO, 2014)
“Inclusão Digital é o ato de dar acesso à tecnologias de informação e comunicação a toda a população, oferecendo também todas as condições necessárias para que elas utilizem computadores e todo e qualquer dispositivo digital afim de buscar melhorias em suas condições de vida e de toda a sua comunidade.” (MONTANARO, 2014)
Observamos, portanto, que um processo de
inclusão digital compreende, não só o domínio sobre tecnologias contemporâneas,
mas, sobretudo um sistema que permita a inclusão social e o poder de escolhas
num universo tão amplo de possibilidades. Compreendendo então a temática da
inclusão digital, passamos a refletir sobre as relações entre esta e os
processos de ensino e aprendizagem na Educação Musical.
Estamos
num momento singular na história da educação brasileira. A EaD vem tomando um
lugar cada vez mais destacado na ordem do dia das ações pedagógicas e, com ela,
um novo paradigma tem sido apresentado, sobretudo nos cursos superiores do
país. Um modelo de formação que contempla o acesso a tecnologias de informação
e comunicação que não tem precedentes na educação presencial. Se por um lado
temos grandes possibilidades educacionais rompendo as barreiras temporais e
espaciais, por outro também temos novos desafios e questões que ainda não foram
bem equacionadas no passado e permanecem fluentes na EaD, além de questões
ligadas à própria modalidade, ora apresentada. Um dos maiores problemas que
pode ilustrar estas questões mal resolvidas diz respeito ao plágio e aos
direitos autorais (BRASIL, 1998).
A
Educação Musical no Brasil tem sido objeto de discussões amplas a partir das
considerações previstas em lei (LDBEN 9394/96) até a elaboração dos PCN´s
(Parâmetros Curriculares Nacionais), passando pela atuação de entidades com a
ABEM[1].
Nos
cursos de licenciatura que incluem o uso de novas tecnologias, precisamos nos
ater aos princípios básicos da educação sem omitir outros princípios que surgem
por serem específicos de determinadas modalidades como é o caso da EaD.
Percebemos que, na formação dos futuros educadores musicais, o conhecimento
prévio do pensamento de grandes educadores deve ser uma premissa (como em
qualquer formação de educadores, em qualquer área do conhecimento).
Os
desafios educacionais relacionados ao uso de novas tecnologias também são tão
importantes quanto a sua utilização. No caso da EaD, vemos que a utilização da Netiqueta
nos ambientes virtuais de aprendizagem, o saber “ouvir”, o saber “falar”, o
respeito ao pensamento do próximo, a humildade para reconhecer nossas
limitações e falhas, todas estas questões devem ser colocadas na ordem do dia.
Entretanto, seriam novas estas questões? A meu ver, estamos apenas num ambiente
diferente, mas as noções elementares de convivência social harmoniosa são
válidas em qualquer modalidade educacional.
O que temos pela frente, como educadores será a síntese do conhecimento adquirido no passado (daí a importância do estudo acadêmico, das citações de outros autores) com a interpretação de nossa realidade presente, e aí então, poderemos propor alternativas eficazes para a formação consciente e responsável de nossos alunos. O ensino da música é amplo por si mesmo. O mestre Fabiano Lozano em 1930 já alertava aos seus alunos:
"... só lhes resta um recurso: estudar, estudar sempre trabalhando o mais racional e intensamente possível, para alcançar o que outros já alcançaram, cientes sempre de que têm na frente o infinito." (LOZANO, 1969, p. 11)
A
educação modifica-se com a sociedade, o desenvolvimento tecnológico parece não
ter limites; entretanto, uma coisa é certa, continuamos humanos e temos pela
frente o privilégio de encarar a formação de nossos alunos neste mar de
possibilidades onde nossos corações e nossas mentes deverão estar em perfeita
sintonia para que possamos criar uma verdadeira sinfonia educacional. Não será
uma tarefa simples, nossos alunos precisam de orientação nestes já velhos
tempos modernos...
Criança olhando o mar por Jaime JaimeJunior Disponível
em:
<http://www.publicdomainpictures.net/view-image.php?image=2548&picture=crianca-olhando-o-mar&jazyk=PT>
Acesso em 05 de ago. de 2014.
Referências Bibliográficas:
BRASIL, Lei Federal n.º 9394 de 20 de dezembro de 1996 - Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em 05 de ago. de 2014.
BRASIL. Lei nº 9610 de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm> . Acesso em 05 de ago. de 2014.
BRASIL. Lei nº 9610 de 19 de fevereiro de 1998. Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9610.htm> . Acesso em 05 de ago. de 2014.
LOZANO,
Fabiano. Alegria das Escolas. 143. ed. São Paulo: Ricordi, 1969.
MONTANARO, P. R. A inclusão
digital na sociedade em rede. Curso de Educação
Musical, UFSCar, 2014. Disponível em <http://ead2.sead.ufscar.br/mod/book/view.php?id=69722>.
Acesso em 05 de ago. de 2014.
Olá, Marcos!
ResponderExcluirEstamos neste luta dia a dia por uma educação de qualidade, somos educadores musicais nas escolas, nos projetos e lugares onde a sociedade dá espaço.
A inclusão digital deve ser realmente vista com muito carinho nas TICs, principalmente, nos sistemas EADs que existem.
Precisamos alcançar de forma interativa e participativa nossos jovens educandos, fazendo eles sentiressem mais próximos do processo de conhecimento a cerca do que está aprendendo.
A mídia ou tecnologia está aí e não podemos nega-la ou nos furtarmos, mas devemos filtrar o máximo possivel tornando ela mais acessível ao nosso público alvo, estabelecendo uma comunicação direta e significativa.
Olá Evandro!
ResponderExcluirÉ bem por aí mesmo, caro Evandro, o papel dos educadores é muito importante numa sociedade como a nossa. O acesso às novas tecnologias deve ser encarado como uma forma de inclusão, desenvolvendo em nossos alunos a autonomia e uma mente reflexiva.
Marcos