O avanço nas questões tecnológicas em nossos
dias é cada vez mais expressivo. Temos um vasto campo de possibilidades que
permite o vínculo de comunicação e troca de informações entre os mais variados
segmentos de nossa sociedade. A extensão dessas inúmeras possibilidades
envolve, não só o campo social, mas atua no nível econômico, no campo político,
no campo cultural e atinge, sobretudo, a área educacional. Percebe-se
claramente o crescimento dos debates sobre as influências dessa sociedade em
rede, para definição dos caminhos humanos em tempos de interação digital, indo
além das fronteiras temporais e espaciais.
Castells e Cardoso (2005) nos dão uma pequena
amostra do âmbito e dos limites (se é que podemos pensar em limites) dessa
verdadeira revolução que assistimos em nossos dias: “A Sociedade em Rede é a nossa
sociedade, a sociedade constituída por indivíduos, empresas e Estado operando
num campo local, nacional e internacional” (CASTELLS & CARDOSO, 2005, p.
9).
Essa interessante reflexão não só exemplifica o caráter da sociedade em rede
como mais uma possibilidade de interação social, política e econômica como
também especifica que essa é a “nossa sociedade”
e, como tal, merece ser compreendida para que possamos retirar dela o melhor
possível de suas possibilidades.
Se
no campo teórico, como no trabalho de Castells e Cardoso, verificamos as
possibilidades imensas dessa sociedade em rede, ao adentrarmos o campo prático,
notamos que o universo apresentado pela sociedade em rede torna-se praticamente
ilimitado, sobretudo na área educacional. A educação pressupõe a construção do
conhecimento, a troca de informações, a aquisição de competências e habilidades
nas mais diversas áreas e disciplinas. Entretanto, é conveniente sempre
lembrarmos que a educação não se opera apenas nos espaços formais de
aprendizagem (como as escolas, por exemplo). A educação, como um todo, pode e
deve ser estimulada nos mais diversos espaços sociais possíveis. Compactuando
os preceitos de uma sociedade em rede, fundamentada em recursos tecnológicos
digitais, temos a nossa frente um arsenal de possibilidades educativas,
fundadas na construção de conhecimentos em ambientes virtuais e embasadas no
caráter colaborativo tão comum em ambientes educacionais.
Especificando
uma das inúmeras possibilidades do universo digital, refletiremos um pouco
sobre os blog´s, que representam “um dos primeiros reflexos de uma sociedade mais dinâmica e
participativa na rede” (PARANHOS & MONTANARO, 2014). Esse caráter dinâmico e participativo está em
total consonância com os objetivos fundamentais da educação. Ao fazermos uma
pequena pesquisa verificando a existência de blog´s para um determinado
assunto, como a música, por exemplo, temos à nossa disposição um universo amplo
de possibilidades configurando um “espaço
que não deve ser ignorado” (PARANHOS & MONTANARO, 2014).
Interessante
observar, na confecção dos blog´s, as possibilidades de visualização que esses
apresentam. A característica visual de um blog interfere muito no acesso e no
interesse que o mesmo irá despertar em seus prováveis seguidores. Assim, há uma
interessante relação entre forma e conteúdo, essa relação é perfeitamente
observável em todo o universo digital, como um todo. Evidente que algumas
pessoas são mais estimuladas ao estudo e à reflexão quando tem pela frente um
ambiente amigável e de fácil navegação. Assim, notamos que é importante existir
sempre um equilíbrio entre o caráter informativo e formativo do blog com as
características estéticas do mesmo.
Outra
questão interessante para nossas reflexões, além do caráter concreto e objetivo
dos blog´s, são as possibilidades de interatividade. Essa possibilidade
configura uma das mais importantes características da sociedade em rede. Aqui
adentramos o caráter humano, individualizando uma relação social e estimulando
a troca constante de informações além da construção do conhecimento entre os
mais diversos usuários. O contato com pessoas que possuem objetivos em comum
fortalece convicções conceituais, amplia o universo de uma determinada área de
estudo, além de possibilitar a extensão das relações virtuais para o campo das
relações humanas convencionais, inclusive em outros ambientes de interatividade
virtual.
Quando
pesquisamos determinados blogs (enfocando agora a área da música e da educação
musical) verificamos a quantidade de autores competentes, seja por sua atuação
como compositores, instrumentistas e músicos, seja por sua atuação na área
educativa.[1]
Notamos aqui uma vertente infindável de possibilidades interativas. Assuntos
são tratados de forma clara e concisa, estabelecendo redes de informação que
possibilitam pesquisas consistentes tanto para estudantes como para
profissionais da música e da educação. A temática dos blog´s envolve desde
aplicativos específicos para a área musical, passando por considerações na
teoria da música (aqui o universo é imenso) e imersões nas áreas práticas de
ensino e aprendizagem como na área do solfejo, da análise harmônica, da
apreciação musical, para citarmos apenas alguns exemplos.
Em
síntese, podemos notar a quantidade imensa de possibilidades educativas que os
ambientes virtuais proporcionam, configurando a sociedade em rede como uma
alternativa eficaz para o estímulo à educação permanente. Os conceitos
educacionais de uma aprendizagem significativa e coerente dos antigos mestres e
personalidades ligadas à educação entram em perfeita consonância com os
preceitos atuais de uma sociedade em rede, com indivíduos preparados para o
exercício de escolhas nesse grande oceano digital.
Referências
Bibliográficas:
CASTELLS,
M. & CARDOSO, G. (org.) A sociedade em rede – Do conhecimento à
acção política. Conferência promovida pelo Presidente da República. 4 e
5 de março de 2005. Centro Cultural de Belém. Imprensa Nacional – Casa da
Moeda, 2005, Portugal. Disponível em <http://ead2.sead.ufscar.br/mod/resource/view.php?id=69711>.
Acesso em 16 de ago. de 2014.
PARANHOS, A. G. & MONTANARO, P. R. Web 2.0. Curso
de Educação Musical, UFSCar, 2014. Disponível em <http://ead2.sead.ufscar.br/mod/book/view.php?id=56515>.
Acesso em 16 de ago. de 2014.
[1] Três exemplos que
ilustram o potencial de alguns blog´s ligados à área musical e educacional:
a)
http://www.licmus.blogspot.com.br/ - autor:
Cláudio Casarini,
b) http://praticasemeducacaomusical.blogspot.com.br/
- autora: Patrícia
Kebach
c)
http://tutoriaisemmusica.wordpress.com/carlos-veiga-filh/ - autor: Carlos Veiga
Filho
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